terça-feira, 19 de abril de 2011

Saudade



Saudade da minha vizinha
que me chamava de amigo.
Saudade de quando o mundo
rodava em torno do meu umbigo.
Saudade da minha vó
que me ensinou a jogar damas
buraco, paciência e dominó.
Saudade de andar de bicicleta
soltar pipa, sonhar ser atleta...
Saudade de jogar bola de gude
e disso tudo que um dia eu pude.

Mas o tempo passa e você cresce
E tudo isso padece
A tua vizinha te esquece
Não te sobra tempo pra nada
Aqui e ali, morando em casa alugada
Saindo só e chegando de madrugada

E a noite se torna tua companheira.
Mesmo sem beber, você pede a saideira,
não sem antes com eterna ânsia,
dar em cima daquela estrangeira.
Que te faz lembrar da vizinha,
e te recorda novamente a infância...

Sinto falta disso também.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Mil pés

Me ensina a te esperar
E me faz entender
Com teus cabelos a voar
O quão impossível podia ser

Buscar no seu olhar
Sorrindo ao chegar
A intensidade de querer
Ninguém além de você

Se algum dia você vir
Sonhar com meu calor
Me avise pr'eu partir
Nos teus dias de bom humor

E para sempre dormir
Sem rancor
Na tua despedida
E nada mais sentir
Sem dor
Na triste hora da partida

sábado, 2 de abril de 2011

Tus ojos azules

Encontrei quando nem quis
Quando, dizem, ser o melhor
O melhor dos momentos
Aquele que ninguém espera
Que todos planejam
Mas que nunca se realiza

Seria até maldade
Dizer que foi diferente
Não, ela é única!
Hoje sei definir bem

Um dia perguntei
Por que era assim
Por que não a esquecia
E ela me deu a melhor resposta
A mais sincera e sensata de todas

Para mim é indecifrável
Mas eu gosto do desafio
Não mais do que dela, claro